Dr. Marcon no Facebook Dr. Marcon no Twitter Dr. Marcon no Linkedin Dr. Marcon no Doctoralia
O que se sente?
A principal manifestação é diarréia com sangue. Conforme a gravidade da doença, o número de evacuações varia de menos de 5 episódios diários até 10 ou 20 e o volume de sangue pode ser variável, causando ou não sintomas pela conseqüente anemia.
A consistência das fezes varia de completamente líquidas até parcialmente formadas.
Pode ocorrer febre, mal-estar geral, fraqueza, cólicas e dores abdominais difusas. Junto às fezes pode ser observada a presença de muco - uma espécie de catarro gelatinoso - e pus, caracterizando uma diarréia chamada de disenteria. Necessidade imediata ou urgência de evacuar, perda do controle esfincteriano (incontinência) e dor evacuatória também ocorrem devido à inflamação do reto.

Quando a doença é intensa, podem ocorrer anemia, perda de peso, edema (inchaço) nos pés e pernas, desnutrição e desidratação.

A Retocolite Ulcerativa Inespecífica (RCUI) é acompanhada, em um quarto dos casos, por manifestações extra-intestinais, numa repercussão de mecanismo também desconhecido.
Podem ocorrer dor e inflamação nas juntas (artrites), alterações da pele (Eritema Nodoso, Pioderma Gangrenoso), inflamações oculares, inflamação e endurecimento dos canais biliares (Colangite Esclerosante), tromboses e embolias (obstruções) dos vasos sangüíneos.

Como o médico faz o diagnóstico?
As referências do paciente com Retocolite Ulcerativa Inespecífica são, por si só, bastante sugestivas de uma inflamação do intestino grosso, incluindo o reto.
Porém, os sintomas não permitem a diferenciação entre as diversas causas de colite, o que pode ser feito através dos exames de fezes, que detectam agentes infecciosos, e das endoscopias que permitem observar lesões e secreções indicadoras de inflamação intestinal. Além disso, através da endoscopia é possível obter fragmentos da mucosa intestinal (biópsias) para análise laboratorial e microscópica. Esse exame é realizado em momento oportuno e, muitas vezes, sob uma leve sedação para evitar dor ou desconforto.

Usualmente são realizados exames gerais de sangue, urina e fezes para avaliar o possível envolvimento dos demais órgãos pela doença intestinal, incluindo anemia e desnutrição. Um Raio-X simples de abdômen é realizado para identificação de possível dilatação exagerada do intestino, complicação que merece especial atenção.
Não há exames que confirmem ou afastem totalmente a Retocolite Ulcerativa Inespecífica como diagnóstico. Recentemente, estão ao nosso alcance o “pANCAA" e o “ASCA”, no sangue, que auxiliam também na diferenciação entre RCUI e Doença de Crohn. Portanto, havendo dados da história compatíveis e exames bastante sugestivos para tal, excluídas outras causas de colite, adota-se o diagnóstico de Retocolite Ulcerativa Inespecífica.

Como se trata?
Os sintomas agudos da doença com localização predominante no reto - puxos ou tenesmo, acompanhando a diarréia - são controláveis com medicamentos por via retal.
Aparentemente mais desconfortável, na impressão de alguns pacientes, essa via tem a grande vantagem de agir diretamente no local mais doente, evitando os efeitos colaterais das drogas quando usadas por via oral, como os corticóides e a mesalamina. Pacientes com doença que se estende pelos cólons ascendente, transverso e descendente necessitam de tratamento ministrado por via oral ou parenteral.
São considerados mais graves e com necessidade de hospitalização os doentes que, além das evidências básicas, mostram anemia acentuada, os desidratados, aqueles cujos níveis da pressão arterial ficaram muito baixos e os com acentuada distensão abdominal.

O uso de antidiarréicos em certas situações pode precipitar um agravamento do quadro clínico geral, motivo pelo qual requer criteriosa e individualizada prescrição e controle do médico assistente.
Um quadro agudo chega a ter um risco de recidiva, em um ano, de 75%; por isso, é indicado o uso prolongado de medicação por via retal ou oral para diminuir essa chance.

A cirurgia que retira todo o intestino grosso (colectomia) é uma opção de tratamento para os casos sem controle clínico satisfatório, para os que evoluem com dilatação extrema ou perfuração intestinal e para aqueles com associação de câncer.


Na Doença de Crohn a cirurgia não evita o surgimento da enfermidade noutro segmento intestinal; entretanto, na Retocolite Ulcerativa Inespecífica a colectomia é curativa.
A cirurgia apresenta riscos e desvantagens, por exemplo, a ileostomia temporária ou definitiva, com adaptação de uma bolsa coletora de fezes sobre a pele da superfície da parede abdominal.
Manifestações extraintestinais associadas à Retocolite Ulcerativa Inespecífica, especialmente a Colangite Esclerosante, podem continuar mesmo tendo sido bem sucedido o tratamento da doença intestinal ou a realização de colectomia.
Pacientes com Retocolite Ulcerativa Inespecífica têm risco aumentado de câncer de cólon, que se torna significativo após 8-10 anos de doença. Por isso, é necessária a realização periódica de colonoscopia para a detecção precoce de lesões malignas ou pré-malignas. Quando detectadas, o tratamento é cirúrgico.

Como se previne?
Não há forma de prevenção da doença.
Pode-se diminuir muito a recorrência de crises com o uso correto das medicações.
Recomenda-se para indivíduos com doença leve, com ou sem uso de medicação, que evitem a ingestão de cafeína e de alguns vegetais produtores de gás.

Voltar

Termos de uso

"As informações encontradas no site estão de acordo com padrões vigentes à época da publicação. Mas os constantes mudanças na Medicina, resultantes das pesquisas clínicas, as diferentes opiniões entre especialistas, e os aspectos peculiares de situações individuais, implicam na necessidade por parte do leitor, de exercer seu melhor julgamento ao tomar decisões. Em particular, o leitor é solicitado a discutir a informação obtida neste site com um profissional da saúde, sendo que este site de informação não pode e nem deve substituir uma consulta médica."

Agendamento de Consulta

(11) 95054-0099